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Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal

No quarto dia da visita ao Brasil, a Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas (SECP), Berta Nunes, realizou uma visita às instalações do Consulado Honorário em São Luís do Maranhão. Na ocasião, a SECP teve oportunidade de reunir com a Vice-Cônsul Fernanda Pinheiro e com o Cônsul Honorário Abraão Valinhas, tendo debatido vários assuntos relacionados com a gestão consular e a gestão de processos de obtenção de documentos, por forma a melhorar o atendimento aos utentes.

Seguiu-se uma visita às instalações da Sociedade Humanitária 1º de Dezembro, presidida pelo Sr. José Maria Alves da Silva, bem como ao espaço do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Maranhão, presidido pelo Sr. Júlio Moreira Filho. Berta Nunes e comitiva puderam ainda visitar as instalações do Hospital Português do Maranhão e da Escola Professor Pinho Rodrigues.

De seguida, a SECP participou num almoço com a comunidade portuguesa, tendo aproveitado a ocasião para agraciar a Sociedade Humanitária 1º de Dezembro com a Placa de Honra das Comunidades Portuguesas, pela sua dedicação e trabalho humanitário com a comunidade portuguesa.
No final da tarde, reuniu ainda com o antigo Presidente do Brasil José Sarney, onde foram debatidos temas ligados à política nacional e internacional, promoção da Língua Portuguesa e CPLP.

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Diario de Pernambuco participa de exposição de jornais centenários

O objetivo é mostrar a adaptação dos jornais impressos com mais de 100 anos ao passar do tempo, exaltando um reconhecimento à memória através da imprensa
Thiago Herminio
Especial para o Diario

Publicação: 18/10/2021 03:00

O Diario de Pernambuco, jornal mais antigo em circulação da América Latina, marca presença na nova edição da mostra “Jornais Centenários do Brasil e Portugal: Um Legado Cultural”, aberta ao público hoje, em São Luís, capital do Maranhão. A exposição reúne fotos das capas de 54 periódicos, 36 de Portugal e 18 do Brasil, e ficará disponível para visitação gratuita até o dia 19 de novembro.

Fundado no dia 7 de novembro de 1825, o Diario é apresentado na exposição com uma capa do ano da sua fundação e outra capa de 2019, exibidas lado a lado. A mostra, que neste ano faz uma referência especial ao jornal O Imparcial, único representante maranhense da edição, acontecerá no salão Casa de Portugal, do Convento das Mercês, no centro de São Luís.

O grande objetivo da exibição é reiterar a importância desses veículos de comunicação como instrumentos culturais, guardiões da memória e da democracia. Dessa forma, os organizadores do evento buscam efetivar o reconhecimento das publicações periódicas em língua portuguesa como “Memória do Mundo”, programa da Unesco que registra bens de patrimônio de importância mundial e histórica.

Um dos critérios para integrar a exposição é que o jornal continue na plataforma impressa, além das versões digitais. Durante pelo menos 100 anos, os jornais participantes foram publicados sem interrupção superior a um ano, de modo que visualizar a mudança gráfica e a inserção de cores e imagens é como fazer uma viagem pela história do Brasil e de Portugal

A mostra é uma realização conjunta das entidades: Associação Portuguesa de Imprensa (API); Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP); Consulado Honorário de Portugal em São Luís do Maranhão; Camões - CCP Brasília; Vice-Consulado de Portugal em Belém e da Sociedade Humanitária 1º de Dezembro; com apoio do Conselho da Comunidade Luso Brasileira do Maranhão.

O embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, esteve presente na cerimônia de abertura da exposição, que aconteceu no sábado (16), ao lado de outros convidados especiais como Maria Fernanda Pinheiro, vice-cônsul de Portugal em Belém, e Berta Nunes, secretária de Estado das Comunidades Portuguesas.

De acordo com Múcio Aguiar, presidente da Associação da Imprensa de Pernambuco e conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), os impressos centenários se caracterizam como a memória viva dos últimos séculos. A união entre a AIP e a API busca valorizar a história dos jornais de língua portuguesa e compartilha “do mesmo sonho de perpetuação desse legado, construído pelo homem, a partir do desejo de levar a comunicação ao mais longínquo horizonte”, declarou o presidente da AIP.

Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas inicia visita ao Brasil

A Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, inicia nesta quarta-feira uma visita ao Brasil, acompanhada do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales.

Os dois governantes serão recebidos pelo Embaixador de Portugal em Brasília, Luís Faro Ramos, no Rio de Janeiro,para uma visita, no dia 14, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cuja cooperação com a Universidade de Aveiro é “exemplo de concretização do potencial sinergético entre os dois países nos âmbitos da investigação e da
tecnologia” informa o governo.

A integração da saúde e da ação social é a “tônica” da deslocação dos Secretários de Estado ao Rio de Janeiro, ainda nesse dia participarão na comemoração do centenário da Obra Portuguesa de Assistência (OPA).

No dia 15, na Santa casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), assinam memorando de entendimento para a criação de uma rede de hospitais beneficentes com a marca “Portugal Saúde”, que propõe um aprofundar da cooperação entre hospitais dos dois países e envolve mais de uma dezena de associações atuantes no Brasil.

No norte do país, Berta Nunes desloca-se a São Luís, Belém e Manaus, onde será recebida nas respectivas comunidades portuguesas e visitará outras instituições de cariz social, “que se destacam pela sua ação ao serviço da população e particularmente da comunidade Portuguesa” segundo nota da SECP.

O programa da Secretária de Estado contempla ainda visitas e encontros com outras entidades e personalidades ligadas à cultura destas três cidades, estando previsto um encontro com empresários, em Manaus.

 

Fonte: https://www.mundolusiada.com.br/comunidade/secretaria-de-estado-das-comunidades-portuguesas-inicia-visita-ao-brasil/?fbclid=IwAR3Ekdj_cVt8W7m2IE0ZzQY07E8LcCt9vAo95UPxcK1yGPDYKlUDAOrHpq4

Grupo de luso descendentes segue lutando pela revogação do artigo 14 da Lei da Nacionalidade

O Mundo Lusíada vem acompanhando há meses o drama levantado por filhos de emigrantes, descendentes de portugueses, interessados na questão do reconhecimento para poderem finalmente tratar da questão existencial, parental, e sanar então alguns problemas que, para serem resolvidos depende antes de tudo do “reconhecimento do estado português”.

Desde abril deste ano, tramita na Assembléia da República de Portugal o Projeto de Lei nº 810/XVI/2, que pede a revogação do Artigo 14º da Lei de Nacionalidade Portuguesa. O Projeto foi apresentado pelo PSD, mas conta com o apoio de outros partidos, como o PAN, Bloco de esquerda (deputada Beatriz Gomes Dias), PS (deputados Paulo Porto e Romualda Fernandes), deputadas Joacine Katar, Cristina Rodrigues, além de entidades como o Conselho Nacional do Ministério Público e a Ordem dos Advogados de Portugal (OAP), através de pareceres.

Mais recentemente o grupo de estudos do CDS-PP emitiu parecer também favorável à revogação do artigo 14 e propõe que o Grupo Parlamentar vote favorável à revogação do mesmo.

O artigo em questão diz que “Só a filiação estabelecida durante a menoridade produz efeitos relativamente à nacionalidade”, ou seja, exclui o direito à nacionalidade para todos os indivíduos que tenham a filiação reconhecida a partir dos 18 anos de idade. Essa determinação, conforme o grupo de trabalho que vem lutando pela revogação, “fere a Constituição Portuguesa”, pois a mesma garante a cidadania enquanto direito fundamental no Capítulo I, do Título II, da sua Parte I.

De acordo com o deputado Paulo Porto Fernandes (que é também advogado e especialista no assunto), o pedido de revogação do artigo 14º. da Lei 37/81 é legitimo e justo. “Tenho acompanhado essa questão em conjunto com a minha colega Romualda Fernandes desde o início da legislatura, promovendo diversas audições. É uma situação muito sensível que envolve relações familiares e emocionais, onde busca-se o justo reconhecimento da nacionalidade a um filho de nacional português reconhecido legalmente na maioridade, portanto há que se ultrapassar esta questão em busca da mais lídima justiça e igualdade”, afirma Porto.

Já a deputada Catarina Rocha Fernandes, uma das autoras do projeto, reforça que “a Assembleia da República tem vindo a produzir acertos e alterações à lei da nacionalidade e de uma forma gradual tem-se vindo a ampliar os direitos dos lusodescendentes, o que é um reconhecimento da sua enorme importância para a presença de Portugal no Mundo. Nesse sentido, o Grupo Parlamentar do PSD deu entrada de um projeto lei na Assembleia da República que propõe a eliminação do artigo 14.º da Lei n.º 37/81, de 3 de outubro (lei da nacionalidade), com vista a que, desta forma, se possa corrigir uma situação que nos parece bastante injusta, esperando que seja aprovada”, esclarece Catarina.

No entanto, mais que uma questão de entendimento jurídico, este artigo trata de histórias de vida, de anos de luta por um direito, não apenas da filiação, mas de reconhecimento enquanto cidadãos. E são inúmeros casos de pessoas que são impedidas de adquirirem a nacionalidade, pelo mesmo motivo, mas com histórias diferentes.

Histórias
Histórias como a de Paulo*, que vive em Angola.
O seu avô, que era português, trabalhou em Angola antes da independência, mas teve que abandonar o país por causa da guerra civil. Sua mãe nasceu neste período e por consequência disso acabou não sendo registrada, pois o avô voltou pra Portugal fugindo da guerra. “Depois de alguns anos ele regressou a Luanda e reconheceu a paternidade, já na maior idade e infelizmente por causa do artigo 14 não temos o direito de requerer a nacionalidade”, conta Paulo.

Casos como do Rafael Rui, também de Angola.
Sua mãe, filha de português, nasceu depois da independência de Angola, em 1978, e por conta da guerra civil no país e a falta de conservatórias no interior, ela foi registrada pelos pais já na maioridade.
“Meus avós são vivos e estão juntos até, hoje. Batizaram a minha mãe ainda na menoridade, mas o consulado rejeita o seu processo bem como a sua certidão de batismo, pois alega que por ser realizado depois da independência de Angola, não tem valor algum como prova de estabelecimento da filiação na menoridade”, relata Rafael.

Júlia* é brasileira e é fruto de um relacionamento extraconjugal.
Seu pai só soube da sua existência na maioridade e reconheceu a paternidade. Mas, mesmo depois enfrentar a dificuldade da situação familiar, se sente discriminada, pois não consegue obter o direito à nacionalidade.
E assim como a Júlia, há também o caso da Soledad*, venezuelana, repetindo uma montanha russa de reconhecimento, alegria e frustração, em função de um erro passível de correção.

Grupo tenta reverter o problema e clama por atenção dos gestores políticos

Um grupo, que reúne e representa centenas de descendentes, vem lutando para que seja revogado o artigo 14. Eles já promoveram várias audiências com parlamentares portugueses, mostrando a importância dessa pauta e até criaram uma petição pública questionando a constitucionalidade do referido artigo (https://participacao.parlamento.pt/initiatives/2302). São casos diversos, nos inúmeros países que compõe a diáspora portuguesa pelo mundo, todos buscando o mesmo direito.

O apelo deste grupo é para que a Assembleia da República abrace este assunto como uma pauta importante e até como uma “decisiva missão”: resgatar a dignidade, nunca perdida mas afastada, pela frieza de poucas palavras escritas em um único artigo.

A revogação do artigo 14 possibilitará muito mais que um título de nacionalidade: permitirá que essas pessoas resgatem os vínculos com suas origens e que possam (re)construir novas pontes e novas histórias em suas existências. O Mundo Lusíada segue acompanhando o assunto.

(*): os nomes verdadeiros foram trocados como forma de preservar as identidades e histórias de vida das fontes.
Conheça mais sobre a luta dessas pessoas no link: https://linktr.ee/revogacaoartigo14
@revogacao_art14

Colaboraram Luana Cunha e Alexandre Galindo

O Mundo Lusíada vem acompanhando há meses o drama levantado por filhos de emigrantes, descendentes de portugueses, interessados na questão do reconhecimento para poderem finalmente tratar da questão existencial, parental, e sanar então alguns problemas que, para serem resolvidos depende antes de tudo do “reconhecimento do estado português”.

Desde abril deste ano, tramita na Assembléia da República de Portugal o Projeto de Lei nº 810/XVI/2, que pede a revogação do Artigo 14º da Lei de Nacionalidade Portuguesa. O Projeto foi apresentado pelo PSD, mas conta com o apoio de outros partidos, como o PAN, Bloco de esquerda (deputada Beatriz Gomes Dias), PS (deputados Paulo Porto e Romualda Fernandes), deputadas Joacine Katar, Cristina Rodrigues, além de entidades como o Conselho Nacional do Ministério Público e a Ordem dos Advogados de Portugal (OAP), através de pareceres.

Mais recentemente o grupo de estudos do CDS-PP emitiu parecer também favorável à revogação do artigo 14 e propõe que o Grupo Parlamentar vote favorável à revogação do mesmo.

O artigo em questão diz que “Só a filiação estabelecida durante a menoridade produz efeitos relativamente à nacionalidade”, ou seja, exclui o direito à nacionalidade para todos os indivíduos que tenham a filiação reconhecida a partir dos 18 anos de idade. Essa determinação, conforme o grupo de trabalho que vem lutando pela revogação, “fere a Constituição Portuguesa”, pois a mesma garante a cidadania enquanto direito fundamental no Capítulo I, do Título II, da sua Parte I.

De acordo com o deputado Paulo Porto Fernandes (que é também advogado e especialista no assunto), o pedido de revogação do artigo 14º. da Lei 37/81 é legitimo e justo. “Tenho acompanhado essa questão em conjunto com a minha colega Romualda Fernandes desde o início da legislatura, promovendo diversas audições. É uma situação muito sensível que envolve relações familiares e emocionais, onde busca-se o justo reconhecimento da nacionalidade a um filho de nacional português reconhecido legalmente na maioridade, portanto há que se ultrapassar esta questão em busca da mais lídima justiça e igualdade”, afirma Porto.

Já a deputada Catarina Rocha Fernandes, uma das autoras do projeto, reforça que “a Assembleia da República tem vindo a produzir acertos e alterações à lei da nacionalidade e de uma forma gradual tem-se vindo a ampliar os direitos dos lusodescendentes, o que é um reconhecimento da sua enorme importância para a presença de Portugal no Mundo. Nesse sentido, o Grupo Parlamentar do PSD deu entrada de um projeto lei na Assembleia da República que propõe a eliminação do artigo 14.º da Lei n.º 37/81, de 3 de outubro (lei da nacionalidade), com vista a que, desta forma, se possa corrigir uma situação que nos parece bastante injusta, esperando que seja aprovada”, esclarece Catarina.

No entanto, mais que uma questão de entendimento jurídico, este artigo trata de histórias de vida, de anos de luta por um direito, não apenas da filiação, mas de reconhecimento enquanto cidadãos. E são inúmeros casos de pessoas que são impedidas de adquirirem a nacionalidade, pelo mesmo motivo, mas com histórias diferentes.

Histórias
Histórias como a de Paulo*, que vive em Angola.
O seu avô, que era português, trabalhou em Angola antes da independência, mas teve que abandonar o país por causa da guerra civil. Sua mãe nasceu neste período e por consequência disso acabou não sendo registrada, pois o avô voltou pra Portugal fugindo da guerra. “Depois de alguns anos ele regressou a Luanda e reconheceu a paternidade, já na maior idade e infelizmente por causa do artigo 14 não temos o direito de requerer a nacionalidade”, conta Paulo.

Casos como do Rafael Rui, também de Angola.
Sua mãe, filha de português, nasceu depois da independência de Angola, em 1978, e por conta da guerra civil no país e a falta de conservatórias no interior, ela foi registrada pelos pais já na maioridade.
“Meus avós são vivos e estão juntos até, hoje. Batizaram a minha mãe ainda na menoridade, mas o consulado rejeita o seu processo bem como a sua certidão de batismo, pois alega que por ser realizado depois da independência de Angola, não tem valor algum como prova de estabelecimento da filiação na menoridade”, relata Rafael.

Júlia* é brasileira e é fruto de um relacionamento extraconjugal.
Seu pai só soube da sua existência na maioridade e reconheceu a paternidade. Mas, mesmo depois enfrentar a dificuldade da situação familiar, se sente discriminada, pois não consegue obter o direito à nacionalidade.
E assim como a Júlia, há também o caso da Soledad*, venezuelana, repetindo uma montanha russa de reconhecimento, alegria e frustração, em função de um erro passível de correção.

Grupo tenta reverter o problema e clama por atenção dos gestores políticos

Um grupo, que reúne e representa centenas de descendentes, vem lutando para que seja revogado o artigo 14. Eles já promoveram várias audiências com parlamentares portugueses, mostrando a importância dessa pauta e até criaram uma petição pública questionando a constitucionalidade do referido artigo (https://participacao.parlamento.pt/initiatives/2302). São casos diversos, nos inúmeros países que compõe a diáspora portuguesa pelo mundo, todos buscando o mesmo direito.

O apelo deste grupo é para que a Assembleia da República abrace este assunto como uma pauta importante e até como uma “decisiva missão”: resgatar a dignidade, nunca perdida mas afastada, pela frieza de poucas palavras escritas em um único artigo.

A revogação do artigo 14 possibilitará muito mais que um título de nacionalidade: permitirá que essas pessoas resgatem os vínculos com suas origens e que possam (re)construir novas pontes e novas histórias em suas existências. O Mundo Lusíada segue acompanhando o assunto.

(*): os nomes verdadeiros foram trocados como forma de preservar as identidades e histórias de vida das fontes.
Conheça mais sobre a luta dessas pessoas no link: https://linktr.ee/revogacaoartigo14
@revogacao_art14

Colaboraram Luana Cunha e Alexandre Galindo

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